O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) uma pausa de 90 dias na cobrança de tarifas sobre produtos importados de países que não retaliaram medidas comerciais adotadas anteriormente por Washington. A China, no entanto, foi excluída da suspensão e será alvo de um novo aumento tarifário, que passará de 104% para 125% sobre suas exportações para o mercado americano.
A decisão foi divulgada por Trump em sua rede social, a Truth Social. No comunicado, o ex-presidente afirmou que mais de 75 países procuraram representantes do governo americano para discutir questões comerciais, incluindo tarifas, barreiras comerciais e manipulação cambial.
“Com base no fato de que mais de 75 países entraram em contato com representantes dos Estados Unidos — incluindo os Departamentos de Comércio, Tesouro e o USTR — para negociar uma solução para os temas em discussão […] autorizei uma PAUSA de 90 dias, e uma tarifa recíproca substancialmente reduzida, de 10%, também com efeito imediato”, afirmou Trump.
Apesar da trégua para países considerados cooperativos, a China não foi poupada. Segundo Trump, Pequim continua adotando práticas desleais no comércio internacional.
“Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio deste, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato”, escreveu.
Reações no mercado
O anúncio teve impacto imediato nos mercados financeiros. O dólar, que havia superado R$ 6,10 no início do dia, inverteu a tendência e passou a operar em queda. Às 14h26, a moeda americana recuava 1,5%, sendo negociada a R$ 5,89. O Ibovespa também registrava alta, acompanhando o movimento das bolsas de Nova York.
Entre os países beneficiados pela decisão está o Brasil. Os produtos brasileiros, que estavam sujeitos a tarifas mais elevadas, agora terão cobrança limitada a 10% — valor que poderá ser renegociado dentro do prazo de 90 dias. O Vietnã, que enfrentava tarifas de até 46%, também foi contemplado com a redução para 10%.
A medida é vista como uma tentativa de Trump de reposicionar os Estados Unidos no cenário comercial global, buscando isolar a China e fortalecer alianças com outros parceiros econômicos.
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