“Tá joinha.” Um novo episódio envolvendo o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e delator na investigação sobre o plano de golpe de Estado, ganhou destaque após a revelação de que ele teria usado um perfil falso no Instagram, com nome feminino, para trocar mensagens com um advogado ligado ao caso.
De acordo com requerimento enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Eduardo Kuntz, defensor de Marcelo Câmara (também réu na ação), afirmou que se comunicou com Mauro Cid nos primeiros meses de 2024, por meio do perfil @gabrielar702.
Para comprovar sua identidade durante a conversa, Cid teria enviado uma selfie fazendo um sinal de “joinha” com o polegar, recurso comum em apps de mensagens para confirmar que se trata da pessoa real por trás do perfil.
A revelação das mensagens foi feita após a revista Veja publicar capturas de tela do bate-papo mantido pelo perfil @gabrielar702, até então sem identificação confirmada. Em resposta, Moraes determinou que a Meta, empresa responsável pelo Instagram, informe ao STF os dados de registro do perfil usado nas conversas.
A defesa de Mauro Cid nega a autenticidade das mensagens e alega que o militar não está por trás do perfil. No entanto, se confirmado, o episódio pode indicar uma tentativa de comunicação paralela ou até interferência nos desdobramentos da ação penal sobre a tentativa de golpe.
Mauro Cid está em liberdade provisória e é colaborador da Justiça desde que firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal. Mas a situação pode ser revertida se as conversas com selfie sejam comprovadas.
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