A trajetória promissora do jogador Ezequias Júnior Vieira dos Santos, um jovem de apenas 19 anos, foi interrompida brutalmente na noite de quarta-feira (21), em um crime que chocou o futebol amazonense e desencadeou uma onda de violência na capital. Revelado nas categorias de base do futebol local, o atleta morreu ao defender sua esposa de um assédio durante uma pelada de rua, e sua morte foi seguida pela execução do casal suspeito pelo crime.
Quem era o jovem
Nascido e criado em Manaus, Ezequias começou sua carreira no Nacional Fast Clube, onde se destacou nas divisões de base. Passou ainda por Sul América Esporte Clube, Comercial FC e Capivariano FC antes de voltar ao Fast Clube em 2024. Seu momento de glória veio no mesmo ano, quando foi emprestado ao Manaus FC e ajudou o time a conquistar a Super Copa da Floresta, marcando seu nome como uma das promessas do futebol do Amazonas.
Em 2025, o jovem disputou a Copa São Paulo de Futebol Júnior pelo Fast Clube, reforçando sua reputação como um jovem talento. Clubes por onde passou o descreviam como um “jogador dedicado e um ser humano inspirador”.
A noite do crime
Tudo começou durante uma partida de futebol amistosa na Avenida Cosme Ferreira, no Distrito Industrial, zona Leste de Manaus. De acordo com a esposa de Ezequias e testemunhas, um homem começou a assediá-la, e o jogador interveio para defendê-la. O agressor, enfurecido, saiu do local e foi até a casa do pai buscar uma arma.
Quando retornou, efetuou vários disparos contra o jovem, que mesmo ferido foi colocado às pressas em um carro para ser levado ao hospital. O terror não parou aí: câmeras de segurança registraram o assassino e uma mulher (supostamente sua companheira) perseguindo o veículo em uma motocicleta e continuando a atirar contra a vítima durante o trajeto.
Ezequias não resistiu aos ferimentos.
A vingança

Menos de 24 horas depois, o casal suspeito pelo assassinato foi capturado, torturado e executado com tiros na cabeça. Os corpos foram abandonados na Rua Galileia, na Comunidade Nossa Senhora de Fátima I, zona Norte da capital, com as mãos amarradas. Uma criança pequena, filha do casal, foi encontrada sozinha no bairro Grande Vitória, zona Leste, e posteriormente acolhida pela avó materna.
A polícia suspeita que a execução foi uma retaliação ordenada por uma facção criminosa, possivelmente ligada a amigos ou familiares do jovem atleta.
O Manaus FC e o Fast Clube emitiram notas de pesar, destacando o potencial do atleta e seu caráter exemplar. Enquanto isso, a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) trabalha para desvendar todos os detalhes do caso, incluindo a possível participação de mais envolvidos.
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