O Papa Francisco, de 88 anos, continua internado no Hospital Gemelli, em Roma, após ser diagnosticado com pneumonia bilateral — uma infecção que afeta ambos os pulmões. A situação do pontífice, que já estava hospitalizado desde a última sexta-feira (14) por causa de uma bronquite, reacendeu discussões sobre uma carta de renúncia que ele assinou em 2013, logo após ser eleito, para o caso de problemas de saúde que o impedissem de exercer suas funções.
Em uma coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (20/2), os médicos Sergio Alfieri, chefe da equipe que cuida do Papa, e Luigi Carbone, vice-diretor do serviço de saúde do Vaticano, detalharam a situação de Francisco. Eles afirmaram que o pontífice não está “em perigo de morte”, mas também não está totalmente “fora de perigo”.
“O Papa não está conectado a um ventilador, mas ainda enfrenta dificuldades respiratórias, o que limita seus movimentos físicos”, explicou Alfieri. A previsão é que Francisco permaneça hospitalizado por pelo menos mais uma semana, sob cuidados médicos intensivos.
A carta de renúncia de 2013
A existência de uma carta de renúncia assinada pelo Papa Francisco em 2013 foi confirmada pelo próprio pontífice durante uma entrevista ao jornal espanhol ABC, em 2022. Na ocasião, ele revelou que entregou o documento ao então secretário de Estado do Vaticano, Tarcísio Bertone, logo após assumir o papado.
“Eu não sei o que Bertone fez com a carta, mas acredito que o atual secretário de Estado, o cardeal Pietro Parolin, esteja com ela”, disse Francisco na entrevista. A carta deixa em aberto a possibilidade de renúncia caso problemas de saúde o impeçam de exercer suas atividades como líder da Igreja Católica.
A possibilidade de renúncia de um papa por motivos de saúde não é inédita. Em 2013, o Papa Bento XVI renunciou ao cargo, citando a falta de forças para continuar no pontificado devido à idade avançada e problemas de saúde. A decisão de Bento XVI abriu precedentes para que futuros papas considerassem a renúncia em situações semelhantes.
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