A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), tem intensificado a oferta do serviço gratuito de cremação de animais domésticos na capital amazonense. A iniciativa, que inclui tanto a remoção quanto a cremação dos corpos, visa proporcionar um destino digno aos pets falecidos e reforçar o compromisso da gestão municipal com o bem-estar animal, a saúde pública e o meio ambiente.
Entre janeiro e abril de 2025, foram realizados 5.414 procedimentos de cremação. Os números mensais demonstram crescimento: 1.002 em janeiro, o mesmo em fevereiro, 1.096 em março e 1.314 em abril. O serviço, considerado essencial, está disponível sem custo algum aos tutores e pode ser solicitado por meio dos números de WhatsApp (92) 99164-3555 ou (92) 98842-1203.
Para o secretário da Semulsp, Sabá Reis, a ampliação do serviço é resultado direto da determinação do prefeito David Almeida. “O prefeito nos orientou a oferecer esse serviço com dignidade e responsabilidade. Tudo é feito com muito respeito. A família pode, inclusive, optar por guardar as cinzas do animal em uma urna especial ou transformá-las em joias de lembrança. É um gesto de amor e de humanidade”, declarou.
Descarte irregular ainda preocupa
Apesar da estrutura oferecida pela prefeitura e da gratuidade do serviço, a cidade ainda enfrenta o problema do descarte indevido de animais mortos em vias públicas, lixeiras irregulares, terrenos baldios e igarapés. Um exemplo recente chocou os servidores da limpeza: durante uma ação de manutenção na ecobarreira do igarapé da avenida do Samba, zona Sul da cidade, foram encontrados os corpos em decomposição de dois cachorros e dois gatos.
A cena revoltou moradores e servidores. A aposentada Maria Lúcia Oliveira, moradora do bairro Alvorada, relatou sua indignação. “É de partir o coração e virar o estômago. Um cachorro ou gato não é lixo. Eles fazem parte da nossa vida. Eu mesma tive uma cadela por quase 17 anos e fiz questão de cremá-la quando ela se foi. Guardo as cinzas com carinho. Saber que jogam animais mortos no igarapé, tendo o serviço gratuito à disposição, é revoltante”, desabafou.
Riscos à saúde e ao meio ambiente
O descarte incorreto de animais mortos é mais do que um problema estético ou emocional. Trata-se de uma ameaça concreta à saúde pública e ao equilíbrio ambiental. Os igarapés de Manaus já sofrem com o acúmulo de resíduos urbanos. A presença de corpos de animais intensifica a contaminação das águas, atrai vetores de doenças como ratos e insetos, além de comprometer a fauna e a flora locais.
A Semulsp destaca que cada animal descartado de forma irregular representa um risco à população e um retrocesso na política de preservação ambiental da capital. O secretário Sabá Reis reforça o apelo à consciência coletiva: “É uma questão de respeito à vida e à morte. Quando alguém joga um animal morto em local impróprio, está colocando em risco toda a cidade. Temos o serviço gratuito, com toda a estrutura necessária. Só precisamos que a população colabore.”
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