O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) registrou uma queda expressiva no desmatamento e nos focos de calor durante o mês de maio deste ano. A área afetada diminuiu 21,09%, totalizando 9.649 hectares, em comparação aos 12.229 hectares registrados no mesmo período de 2024.
Os alertas de desmatamento também apresentaram uma redução significativa de 38,05%, passando de 2.754 registros em maio do ano passado para 1.706 neste ano. A diminuição mais relevante foi nos focos de calor, que caíram 37,5%, de 40 para 25 ocorrências.
Programa Brasil Mais e monitoramento avançado
Esses números foram obtidos por meio do Programa Brasil Mais, fruto de uma parceria entre o Ipaam e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). O sistema utiliza imagens de satélites com alta resolução para identificar, em quase tempo real, alterações ambientais no estado, o que permite uma resposta mais rápida contra crimes ambientais.
Gustavo Picanço, diretor-presidente do Ipaam, atribui os bons resultados ao fortalecimento das ações de fiscalização e ao uso de tecnologias. Ele ressalta: “Temos intensificado o uso de tecnologias que nos permitem acompanhar, quase em tempo real, o que acontece com a cobertura florestal no Amazonas. Essa capacidade de resposta rápida é um diferencial no enfrentamento aos crimes ambientais”.
CMAAP amplia monitoramento no estado
O Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP) também tem papel fundamental, contando com dez painéis que atualizam diariamente os dados sobre desmatamento e queimadas em cada município. A estrutura possibilita o acompanhamento detalhado de áreas prioritárias como Unidades de Conservação, Terras Indígenas e propriedades registradas no Cadastro Ambiental Rural.
Priscila Carvalho, coordenadora do CMAAP, alerta para a análise criteriosa dos focos de calor, destacando que “nem sempre um foco representa uma queimada criminosa”. Ela complementa que essas ocorrências podem estar relacionadas a processos naturais ou queimadas autorizadas previstas em lei.
Além disso, a coordenadora destaca a importância da cooperação entre o Ipaam, o Corpo de Bombeiros e as forças de segurança para garantir a eficácia das ações.
Municípios mais afetados
No período entre 1º e 31 de maio, os municípios que lideraram o desmatamento foram Apuí, com 4.015 hectares; Lábrea, com 1.342 hectares; e Novo Aripuanã, com 851 hectares. Quanto aos focos de calor, Manicoré registrou 14 ocorrências, seguido por Autazes (3) e Iranduba (2).
Penalidades e canais de denúncia
O desmatamento ilegal está sujeito a multas de R$ 5 mil por hectare, que podem ser dobradas em casos de incêndios provocados. Queimadas não autorizadas em áreas agrícolas podem gerar autuações de até R$ 3 mil por hectare. Áreas degradadas podem ainda ser embargadas e os equipamentos usados apreendidos.
Para denúncias, o Ipaam disponibiliza o contato da Gerência de Fiscalização Ambiental (Gefa) pelo WhatsApp: (92) 98557-9454. As fiscalizações seguem intensas, com o objetivo de proteger a floresta e combater atividades ilegais em todo o Amazonas.
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