Uma advogada foi condenada pela Vara de Combate ao Crime Organizado do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) a 34 anos de prisão em regime fechado, além do pagamento de multa, por seu envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A sentença foi proferida na última sexta-feira, 6 de junho de 2025.
De acordo com as investigações, entre 2019 e 2023, a advogada fez parte do chamado “Sintonia dos Gravatas”, o núcleo jurídico do PCC. Sua principal função era intermediar a comunicação entre os líderes da organização criminosa e os membros que estavam dentro e fora do sistema prisional no Pará.
Pagamentos ilegais
A mulher, conhecida pelo codinome “Justiceira”, recebeu mais de R$ 104 mil durante esse período, valores pagos diretamente pela facção criminosa. O Ministério Público do Pará (MPPA) comprovou que os pagamentos não estavam relacionados a honorários legais, caracterizando benefício direto obtido com atividades ilícitas.
Abuso da função de advogada
Na sentença, o juiz destacou que a ré ultrapassou os limites legais da advocacia, atuando de forma estratégica para favorecer a estrutura do PCC no estado. A atuação da advogada foi considerada essencial para a manutenção da organização criminosa.
Provas do envolvimento
Foram apresentadas diversas provas que confirmaram a participação ativa da advogada no esquema criminoso, incluindo:
Bilhetes manuscritos com ordens e instruções da facção;
Planilhas com controle de pagamentos e atividades do grupo;
Extratos bancários comprovando os depósitos recebidos;
Conversas por mensagens com outros integrantes da organização.
Crimes e pena
A condenação da advogada abrange os seguintes crimes:
Participação em organização criminosa;
Associação para o tráfico de drogas;
Receptação de recursos de origem criminosa.
Somadas, as penas resultaram em 34 anos de reclusão, além de multa proporcional à gravidade dos crimes.
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